sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Relato da minha primeira caminhada [4]

Na curva seguinte…cai-me o coração aos pés: a água caía da Levada numa extensão de cerca de quatro metros, numa quantidade tal que era impossível passá-la sem ficar com as botas inundadas!
Voltar para trás?

Passar significava andar com os pés ensopados e frios o resto da tarde, arriscando uma constipação mais que certa.
A obstinação falou mais alto. Calmamente (o risco de escorregar nas pedras e cair para o vale era grande), atravessei.
Comentários: desnecessários!
Vejo umas escadas: finalmente cheguei!
Tento encontrar o atalho. Nada.
Atravesso o passadiço à esquerda e continuo pela Levada, na esperança de lá chegar o mais rápido possível, pois tinha gasto mais tempo do que o esperado. Finalmente encontro o Púlpito (uma pedra destacada virada para o vale).
Estou perto.
Pois sim! Quando chego ao final e percebo que tinha perdido a tarde para nada, pensei que afinal se as botas não tinham ficado prontas, alguma razão devia haver: estava ali à minha frente!
Conclusão: voltei para trás.
A cerca de 100 metros apercebo-me de umas escadas à esquerda.
Espreitei e percebi que era um caminho aberto recentemente.
Subi, a muito custo!!!
A meio, consegui rede para contactar a minha mulher. Dei-lhe as indicações necessárias para me localizar em caso de acidente e continuei.
Comecei a estranhar tanta demora em chegar à aldeia. Os cabos eléctricos que pensava dirigirem-se para lá, continuavam pelo pinhal acima.
Continuei a subir e achei melhor telefonar, quase assumindo estar perdido.
Reparei num estradão que passava mais abaixo e numa casa que ficava em cima, além de duas pequenas aldeolas perdidas nos montes em frente.
- Será possível, pensei, que sejam o Catarredor e o Vaqueirinho?
Quando cheguei ao estradão, comecei a subir na esperança de encontrar algo que me permitisse situar.
Nada.

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