Comecei a ponderar a hipótese de ter de aguardar por ajuda e lembrei-me que a roupa que trazia não me permitiria aguentar a noite em segurança.
A solução era tentar subir o mais possível.
E assim fiz. Passados uns cem metros, olho para cima e vejo uns “rails” de protecção.
!!!?
Tinha chegado à estrada que seguia para Castanheira de Pêra!
Para ser mais exacto, e de acordo com o marco quilométrico, estava a 10 km da Lousã e a 1do Candal!
Aliviado, parei para vestir o impermeável (o vento que soprava na zona era frio e cortante!), e comer uma sandes. Aproveitei também para fazer um telefonema para descansar a minha mulher (não conseguiu fazer nada durante a tarde, preocupada por eu andar sozinho).
Reabastecido, comecei, entusiasmado, a descida. Para baixo “todos os santos ajudam!”.
Além do mais eram 5h30m! Tinha apenas mais uma hora de luz e precisava de, pelo menos, umas 3 horas para chegar a casa.
Ao fim de 2 km, apercebo-me que tinha perdido o protector do bocal.
Raios partam isto!
Tinha de voltar para trás.
Encontrei-o no estradão.
Telefonei para casa para me virem buscar por volta das 6h30m, pois agora sabia que só conseguiria chegar por volta das 9h da noite.
Foi a minha sorte. Por volta das 7h30m (já em casa), começou um vendaval com chuva a acompanhar…!
Enfim, podia ter sido pior!
Uns dias depois enviei um mail à minha colega Marisa para saber como tinha corrido a caminhada do grupo de Caminheiros.
A resposta deixou-me satisfeito, porque contra todas as expectativas tinha-me divertido mais do que eles:
“No domingo as pessoas tiveram medo de aparecerem, pois fomos só 6 a fazer a caminhada. Mas não fomos para a Silveira. Como nessa noite fez um temporal terrível, tivemos um pouco de receio de como estava o terreno (lama ou árvores caídas ou na iminência de cair) foi então que decidimos fazer uma caminhada ao longo da ribeira de S. João (Espinheiro, Foz de Arouce…), mas mesmo assim ainda molhámos um pouco os pés e só à terceira é que conseguimos atravessar a ribeira, pois esta já tinha galgado muitas terras. Mas mesmo assim tivemos muita sorte porque em todo o trajecto não choveu e até fez sol e só apanhámos chuva nos 15 minutos finais da caminhada.”
Nota: A cortada para o Talasnal situa-se logo no início da Levada, à direita!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário